Jean Monlevade (IV)

DO TEXTO: Ao fazer do trefilado seu novo negócio, fabricando produtos diversificados e de alta qualidade, com tecnologia de ponta a partir do Fiomáquina, a...
Gravura de Jean Monlevade

João Monlevade
1817 – 2017

Dois Séculos de Vida Operária > Mais que uma biografia, uma historia de vida



Turbulências


Os sinais estavam indicando o momento para mudança de estratégia.

“Percebia-se, também, o baixo valor agregado do aço se comparado com outros produtos na ponta da cadeia produtiva".

Essas constatações aconselhavam o abandono progressivo dos produtos de massa e volume e sua substituição por produtos cada vez mais sofisticados, manufaturados em lotes cada vez menores, de crescente valor agregado.

A empresa toma, então, a decisão estratégica de fazer seu negócio a fabricação e comercialização de arames.

Assim, ao fazer do trefilado seu novo negócio, fabricando produtos diversificados e de alta qualidade, com tecnologia de ponta a partir do Fiomáquina, a Belgo-Mineira buscava nichos de mercado.

Assim ocorre. Mas, em 1963 houve a transferência final do equipamento da antiga Trefilaria de Monlevade para a nova Trefilaria da Cidade Industrial, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, moderna e em condições de lançar, em pouco tempo, novas linhas de produtos de alta resistência, como trefilados entalhados para concreto armado, arames e cordoalhas para concreto protendido e novas qualidades de arames galvanizados.

Esta trefilaria seria então, a segunda maior do mundo e estabelecendo a primeira "joint-venture"com a Bekaert, da Bélgica, maior produtora mundial de trefilados, através da criação da Belgo-Mineira Bekaert Artefatos de Arame, especializada na produção de "steel cord" – cordonéis de aço para pneus radiais.

Região Metropolitana - Belo Horizonte - 1963


Em 1968 foi instalado o Laminador Morgan na Usina de Monlevade.

Não foi muito longe para que ela se consolidasse fortalecida no mercado, com uma qualidade de uma das maiores siderúrgica do país.

A Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira moderniza seus equipamentos e diversifica suas atividades.

A tônica desta fase da Belgo-Mineira é o aumento do foco de atuação em trefilação e produtos derivados, que ocorre em paralelo ao esforço de profissionalização da administração.

A primeira Usina de Sabará é transformada em trefilaria e o plano de modernização da Usina de Monlevade, no valor de US$ 500 milhões, é concluído.

São adquiridas participações na Brazaço-Mapri e Matalúrgica Norte de Minas, empresas produtoras de fixadores para a indústria automobilística, e na Jossan S.A., empresa de trefilados. É criada a Bemaf, uma segunda "joint-venture" com a Bekaert e ocorre uma diversificação de atividades com a criação de empresas financeiras, de seguros, "trading" e informática.

Na década de 90 e até o presente momento, a Belgo-Mineira tem passado por profundas transformações, visando a sua atuação em tempos de economia globalizada e de acirrada competitividade.

É nesse contexto que se inserem as ações gerenciais para a criação de uma identidade de grupo, os programas de efetividade operacional – administração da qualidade total, "benchmarking", terceirização, associação, reengenharia – o foco em competências básicas e os movimentos de ganho de escala, todos eles implementados com a finalidade de alcançar um desempenho superior, meta principal de qualquer companhia que pretende ser bem sucedida no ambiente competitivo.

Foi em 1994 que começou o trabalho de posicionamento da empresa para o futuro. Um ambicioso plano de investimentos de U$ 1 bilhão concluído em 1997 e baseado em uma nova estratégia competitiva, criou condições para a melhoria da rentabilidade, para o crescimento e, consequentemente, para a criação de valor.

No seu setor de mineração a capacidade produtiva é agora de 29 milhões de toneladas/ano, representando um aumento de 38% sobre 1996.
No setor siderúrgico, a capacidade instalada de laminados, a partir de 1998 e incluindo a MJS arrendada, é da ordem de 3 milhões de toneladas/ano, superior em 220% à capacidade de 1994.

No setor de trefilados e de produtos derivados, a capacidade instalada é atualmente da ordem de 1,1 milhão de toneladas/ano.

Em termos de aquisições, destacam-se a compra da Dedini, hoje uma subsidiária integral da Belgo-Mineira, e da Cia. Ferro e Aço de Vitória. Essas duas empresas, somadas ao arrendamento da Mendes Júnior Siderurgia, permitiram o retorno da Belgo-Mineira ao setor de construção civil com uma linha completa de produtos e com escala competitiva de produção.

As construções das Usinas Hidrelétricas de Guilman-Amorim e Muniz Freire, asseguram à Belgo-Mineira e à Samarco o fornecimento de energia a custos competitivos. Da mesma forma os aumentos de capacidade da Samitri, da Samarco, da BMB e da Usina de Monlevade representam respostas em termos de escala, às demandas do mercado.

Com a criação da BMBT, a Belgo-Mineira consolidou em 1997, a sua associação com a Bekaert no setor de trefilação, onde todas as empresas têm participação dos dois sócios.

A concentração nas competências básicas levou ao desinvestimento em negócios não estratégicos e de baixo retorno. Nesse âmbito foram vendidas a Portominas (seguros) e as empresas de fixadores – Mapri e Metalúrgica Norte de Minas.

Em 15 de abril de 1998, assume a direção executiva da Belgo-Mineira, o engenheiro Antônio José Polanczky, que substitui François Moyen, mentor e condutor das transformações da empresa até então.

Novos Altofornos; Trefilaria; Fábrica de Arames Farpados; Laminadores; Fábrica de Tubos; Aciaria; Fábrica de Oxigênio e Lingotamento Contínuo.

Projetando-se a Belgo-Mineira, ao longo da 2ª metade do século passado (sec. XX) e adquirindo ações de outras empresas, expande-se para outras cidades de Minas Gerais e outros Estados.

No mundo moderno, suas certificações no tocante às normas de sustentabilidade, consolida-a nas normas ISSO 9002 (Qualidade); ISO 14000 ( Meio Ambiente) e BS 8800 ( Segurança e Saúde Ocupacional).

A Cia se organiza nas áreas de cidadania, cultura, saúde, Educação, responsabilidade social e excelência empresarial.

De Um Passado Distante...Um Enorme Conglomerado!

E, numa associação ao Grupo Arcelor, que se faz na junção da Arbed (Luxemburgo, 1911); com a Aceralia (Espanha, 1997) e Usinor (França, 1999), em 18 de Fevereiro de 2002, fica presente uma nova logomarca, a Belgo-Arcelor.

Ao projetar-se mundialmente, com a aquisição, em 2006, da Arcelor pela Mittal Steel, outra marca surge, a ArcelorMittal, com sede em Luxemburgo, criando-se com isso o primeiro grupo mundial de aço.
Sua estrutura data de 2005; é a maior siderúrgica da América Latina.

São 25 unidades com capacidade total de produção de 11 milhões de toneladas de aço/ano; são 14 mil empregos diretos, controlada pelo Grupo ArcelorMittal S.A, um conglomerado multinacional, com sede em Luxemburgo.

Desta feita, atingiu marcas significativas com grande sucesso.

 

João Monlevade 50 anos


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